quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O último que apague a luz

Agora que a coisa começou a apertar e parece que começamos a fazer contas, lembrei-me que todos os anos são gastos milhões de euros em campanhas institucionais de sensibilização em assuntos para os quais está tudo a borrifar-se: condução em excesso de velocidade; condução alcoolizado; sobre-endividamento; condução em excesso de velocidade e alcoolizado porque está sobre-endividado; poupança de energia; cancro da pele; etc.

Na maior parte dos casos é difícil apercebermo-nos quando a malta estica a corda, mas aquela cena do sol topa-se logo. Um gajo está sair da praia por volta do meio dia e é vê-los chegar todos satisfeitos, ainda com remelas agarradas aos olhos, de coques Chicco na mão. Eu até achei perfeitamente lógico que uma empresa que já fazia biberões e sacos térmicos fizesse geleiras, mas apanhei um susto do caraças quando vi uma mãozita a sair lá de dentro.

E é isto, se facilitamos com bebés, é bom de ver que facilitamos com tudo. Depois ficamos muito surpreendidos quando o Rex come a Maria, o Luís aparece a espumar detergente da roupa, o Pedro quer brincar aos políticos, o Paulo compra dois submarinos e o José vai para Paris estudar filosofia e procurar o seu outro eu (que é quem ficou com os códigos das contas).

É que acaba por ser nestas coisas que se vê as diferenças entre os povos. Os alemães, por exemplo, são do melhor que há. Um tipo ainda está a pôr o pé em cima do risco e já se lixou. Em Frankfurt já vi um carro mal estacionado ser removido em 2 minutos. É claro que isto do rigor e da eficiência, mais do que motivação, é uma questão cultural. Aquilo é gente que só precisou de 5 anos para rebentar com a Europa e de caminho ainda conseguiu eliminar 6 milhões de pessoas. E agora que vejo por este prisma, este estilo latino se calhar até nos assenta bem, porque afinal de contas o dinheiro é emprestado e ninguém está à espera que seja para reembolsar.

Sem comentários: