segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Povo que não se governa nem se deixa governar

Aqui há uns dias a Luna dizia no seu blog que não estava preparada para chefiar. Como habitualmente, os comentários foram para todos os gostos, desde o louvor pelo auto conhecimento, que subscrevo, passando pelos que se reviam em iguais circunstâncias ou sem qualquer ambição, até aos descontentes com a incompetência dos seus chefes.

Os últimos irritam-me solenemente, porque frequentemente estão convencidos que o chefe está lá para mandar fazer (os outros) e, mais estranho ainda, que o chefe também deve saber fazer. Talvez não por coincidência, mas de qualquer modo por razões para mim ainda indecifráveis, normalmente são também os que não têm qualquer capacidade de auto crítica e nas entrevistas de avaliação dividem o tempo entre culpar meio mundo por tudo o que lhes correu mal e a elogiarem-se por fazerem aquilo para o que afinal de contas foram contratados.

Pela minha parte, estou cada vez mais convencido que liderar é essencialmente motivar e levar as pessoas a transcenderem-se, alcançando o que lhes parecia inatingível e por isso não tenho grande paciência para as carpideiras. Vai daí, sempre que me colocam um problema, invariavelmente a resposta é um liminar "qual é a sua opinião?". Depois do arranque, a coisa resolve-se contrapondo a cada resposta um porquê, até chegarem à solução. Afinal de contas são eles os especialistas, estão a ser pagos, porque raio vou ser eu a pensar por eles e fazer-lhes o trabalho?

1 comentário:

Sílvia disse...

"que o chefe também deve saber fazer"... E o chefe deve saber fazer, já a minha avózinha dizia: "Quem não sabe fazer, não sabe mandar.", provérbio muito antigo! E os mais velhos é que sabem!

" a coisa resolve-se contrapondo a cada resposta um porquê, até chegarem à solução", se o chefe não souber fazer, não poderá ter esta discussão e não poderá saber se a solução é efectivamente a certa!

Essa dos chefes que não terem de saber fazer faz-me lembrar aquela velha história de que aqueles que entram em empresas com grandes cunhas (e não por serem realmente bons) devem estar em altos cargos de chefia para fazerem menos estragos possíveis!