terça-feira, 8 de outubro de 2013

O estado e as pessoas de bem

Reparem que não disse o estado é uma pessoa de bem. Para tentar não perder muito tempo com o assunto, vou pôr as coisas da forma mais simples que me ocorre. Se eu aplicar dinheiro num banco e contratar uma taxa de juro fixa, é bastante frequente o banco pagar os juros devidos pontualmente. E se o banco tem ou não condições para praticar iguais condições com novos clientes é indiferente. Mais, se calha do banco deixar de pagar os juros contratados, posso processá-lo e ganho. A coisa é linear e transparente. Não passa pela cabeça de ninguém que os juros variem, seja por excesso de despesa, investimentos falhados ou porque num mês ou outro está a fazer menos empréstimos. Digamos que seria ridículo.

Pelos vistos, com o estado as coisas já não são bem assim e as regras, sejam elas quais forem, podem mudar ao sabor dos tempos. Note-se que não estou a discutir se as pensões são justas ou não, tão pouco os abusos do sistema. Estou a falar de gente comum, como quase todos nós, reformados e pensionistas  que contrataram um rendimento com o estado e agora dizem-lhes que não, tenham lá paciência, isto afinal não era bem assim e se calhar era melhor não terem planeado essa vida, porque nós enganamo-nos aqui numas coisas e os senhores, afinal de contas, já não contam para nada.

No fundo o que está a ser dito é, expirou o vosso prazo de validade, vocês são um estorvo e porreiro, porreiro, era que morressem. Tenham é a gentileza de esperar um bocadinho, que ainda temos que acabar com o que restou do subsídio por morte.

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